Natural do sul da França e morando atualmente em Paris, Cey Line Lo-Re é nossa intercambista de 21 anos que veio direto da Europa para a Marcia Mello.

Fizemos uma entrevista para conhecê-la um pouquinho melhor, confira!

 

cey line blog

 

Marcia Mello – Cey Line, por que e como você decidiu trabalhar com moda?

Cey Line – Eu sou apaixonada por moda, desde pequena eu  desenhava e queria ser estilista. Quando cresci, descobri que tenho um perfil de negócios e decidi estudar comunicação e marketing para destacar a parte de criação. Hoje, eu estou interessada em muitas tendências e tenho uma verdadeira sensibilidade para produto. Estou trabalhando em protótipos de uma coleção para 2014 em paralelo aos meus estudos.

Eu amo moda porque ela pode expressar além de uma aparência física, e o que você usa representa um status social, uma personalidade que se revela. Vestido, maquiagem, cabelo, são coisas habituais que parecem triviais, mas na verdade, fazem muito sentido. Quando escolhemos vestir uma roupa especial, há um jogo de humor entre maquiagem, roupa, isso expressa o que você quer que as pessoas percebam em um piscar de olhos.

 

MM – Como você conheceu a Marcia Mello e com o que está trabalhando?

C – Já tinha conhecido Marcia Mello através de um amigo brasileiro. Os produtos são de boa qualidade, há uma pesquisa sobre o estilo. Acho que esta é uma marca de um país avançado em desenvolvimento, e acho que ela tem um grande potencial para o futuro pela frente. Então eu tenho certeza que um dia ela vai encher nossas lojas francesas, pois é uma marca que vai apelar para o francês.

Hoje além de trabalhar com o Guilherme e com a Mariana que são do departamento de Marketing, passo por diferentes áreas, como o departamento de estilo do produto, merchandising visual, a revista.

 

MM – Por quê quis vir para o Brasil?

C – O Brasil é o país favorito do meu pai, e sempre ouvi falar positivamente dele. Há três anos atrás, eu estava à beira das lágrimas no vôo de volta para a França! Eu gosto da cultura, das pessoas, do ambiente, da vida em geral. Este é um país bonito, eu estou contente que ele se desenvolveu rapidamente e estou confiante de que um dia nós já não vamos distinguir os países emergentes dos países avançados.
Após essa viagem  eu não tinha ideia de que um dia encontraria um estágio no Brasil. Me sinto ótima, muito contente!

 

MM – O que você já estudou até hoje?

C – Estudo há dois anos em uma escola de prestígio de Publicidade e Comunicação, estou adquirindo disciplina e treinamento profissional que me ajuda no trabalho diário. Então, decidi especializar-me em moda e entrei em uma escola de marketing e gestão da moda e de luxo para ter fundamentos do setor além dos comuns.

Eu adoro aprender e eu escolhi o setor porque ele é rico, divertido,impressionante e muito interessante. Para trabalhar com moda você tem que fazer malabarismos entre os interesses econômicos de uma empresa com os desejos dos consumidores e da sociedade, e a evolução, ou seja, se adaptar e renovar.

 

MM – O que você pensa sobre marcas tradicionais?

C – O que não entendo é que grandes empresas como Chanel e Dior persistem, penso que elas perderam sua essência e hoje são apenas status para se ganhar muito dinheiro. Não seguem mais a perfeição, o cuidado, como seus criadores tinham. É como se Picasso e Van Gogh fossem empresas, e suas pinturas produzidas atualmente por outros artistas seriam boas, mas não teriam a mesma perfeição. Teriam apenas o nome, o status. Hoje muitas empresas perderam sua alma para grandes grupos como LVMH.

 

MM – Onde e com o que você já trabalhou?

C – No passado, eu tive a oportunidade de trabalhar em agências de publicidade e eu aprendi muito durante o meu estágio. Eu tive a chance de ir no campo, assistir comerciais de tv, internet, áudio, e trabalhar em projetos de marketing, tais como plano de negócios para os próximos anos, criando os acontecimentos.

Uma vez acabei vendendo meu direito de autor à marca Lustucru para um vídeo de música que eu fiz. Eu também trabalhei para a Burberry em um showroom em que aproximava os clientes e visava vender a próxima coleção durante a campanha de vendas.

Adoro criar desejos e sonhos para as pessoas, isso é publicidade, para esquecer a realidade e ser embalado em um outro universo, e a moda que também cobiça, nos ajuda a sentirmos melhores.

 

MM – Você tem um estilo definido?

C – O meu estilo? Não, eu não tenho e não quero entrar em um estilo preciso de códigos convencionais. Eu adoro a mistura de burguês e boêmio, a elegância italiana. Eu escolho minhas roupas, dependendo do meu humor do dia. Para mim, o melhor estilo é o próprio. Da minha parte eu adoro misturar o estilo clássico europeu, com belos cortes e modelos como ornamentação de países orientais, eu adoro sua cultura, seu estilo, jóias. Então, eu tento mix no meu armário.

 

MM – Qual marca favorita?

C – Eu não tenho marca favorita, cada marca tem suas vantagens e desvantagens, dependendo das coleções da estação, mais ou menos bonito. Eu adoro o estilo Dior, Monsieur Christian Dior, John Galliano,  força, rigor e paixão.
Eu amo a flor feminina, uma mulher elegante e corsets. Eu acho que desperta feminilidade absoluta, assim como vestidos e chapéus.  É muito triste que hoje a calça jeans e tênis são unissex, mas vai com o evolução dos tempos, as mulheres têm os mesmos direitos que os homens hoje em dia.

 

MM – Qual seu maior sonho relacionado à moda?

C – Eu quero criar a minha marca e exportar ao estrangeiro, porque na França esse é um ambiente extremamente competitivo, mas eu estou convencida de que o meu estilo funcionaria em cidades como Dubai e Rio.

Meu maior sonho é que isto se materialize e permita-me  viver. Eu quero criar uma marca de roupas de primeira, mas, em seguida, uma loja conceito, um estilo de vida … algo muito pessoal, e que não tem como todos gostarem de mim, então eu prefiro não agradar a todos e ser um nicho na indústria.

 

MM – O que é mais diferente para você?

C – Eu acho que o país busca muita influência européia, mas em breve será o lider no mercado mundial e trazendo  sua própria identidade, com seus cortes e cores. Acredito que a fronteira entre marcas brasileiras como Marcia Mello e marcas francesas serão quebradas.

 

MM – Já conheceu algum lugar diferente?

C – Sim, eu viajo muito com os meus pais. As viagens são muito importantes na vida em geral e para a cultura, abrindo mentes  especialmente na moda, trazendo inspirações, vivendo com as pessoas locais e não somente vendo o país como um turista, mas também observar como as pessoas vivem, as marcas locais, arquiteturas e organização das lojas. É impossível fazer uma carreira na moda sem estar confiante e sem conhecer o mundo.

 

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