Imagens: Reprodução

As mulheres da Antiga Grécia pouco têm relação com o físico esguio e quase andrógeno das modelos dos anos 60, que logo seriam substituídas pelas top-models internacionais com corpos voluptuoso dos anos 80 e 90, até chegarmos no padrão ‘turbinado’ da atualidade. Para exemplificar essas mudanças nos padrões de beleza, o BuzzyFeed divulgou um vídeo que mostra como o ideal de beleza e as medidas desejadas pelas mulheres mudaram ao longo das décadas e como, muitas vezes, os padrões variaram radicalmente entre as gerações.

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Para se adequarem aos penteados, maquiagens e medidas corporais de cada geração, as mulheres já se submeteram a variados tratamentos estéticos e peças de roupas que hoje parecem mais elementos de tortura. Um dos exemplos mais conhecidos eram os apertados espartilhos (corsets) utilizados no século XIX com o objetivo de dar postura, sustentação aos seios e aquelas cinturinhas invejáveis por baixo dos vestidos. Não faltam histórias de espartilhos tão justos e apertados que prejudicavam a saúde e faziam as mulheres desmaiarem por falta de ar. A peça caiu em desuso com a contraindicação dos médicos e a conquista de maior autonomia feminina ao longo das décadas.

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Outro exemplo de como a adequação ao padrão de beleza pode ser rígido era o antigo costume chinês dos pés-de-lôtus, em que os pés das meninas eram amarrados para permanecerem pequenos, com cerca de 10 centímetros, o que as tornavam mais atraente e propensas para bons casamentos. Para conseguirem manter os pés tão pequenos, as meninas chinesas tinham os dedos fraturados e amarrados para que não voltassem a crescer normalmente. Como consequência, muitas mulheres tinham dificuldade em andar e caiam constantemente. O costume foi proibido na China no século XX e as últimas remanescentes dessa prática, hoje entre 80 e 90 anos, foram fotografadas por Jo Farrell e exibiam os membros ainda atrofiados.

Outros exemplos de padrões de beleza que nos parecem exóticos, como as mulheres de pescoços alongados em algumas tribos asiáticas, ou os costumes indígenas e na tribo mursi em que as mulheres usam discos de madeira ou porcelana no lábio inferior, indicam que o desejo de pertencer a um grupo e seguir um padrão estético pode ir muito além da moda, sendo parte da cultura em alguns casos.

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E se hoje já conquistamos importantes conquistas sociais, em que as mulheres cada dia avançam nas questões trabalhistas e comportamentais, ainda temos pequenos sacrifícios diários pelo padrão de beleza contemporâneo, como mostrou o celebrado ensaio do fotógrafo americano Justin Bartels, que mostra as marcas no corpo de roupas desconfortáveis, sapatos apertados e roupas íntimas modeladoras. Além disso, há exemplos recentes de celebridades e personalidades que até colocaram a vida em risco para acompanharem determinados padrões de beleza ou que apareceram praticamente irreconhecíveis depois de tratamentos e procedimentos estéticos abusivos.

Entre tantas dietas restritivas, tratamentos estéticos e procedimentos cirúrgicos atuais, é importante manter o debate sobre o quanto as mulheres ainda se submetem a tratamentos diferenciados e abusivos em busca do corpo e aparência perfeita e como esses padrões, na verdade, são voláteis. O que podemos ter certeza é que novos padrões e modas serão referências para as futuras gerações e o importante é aprender a respeitar a individualidade e estilo pessoal, acima de qualquer modismo ou tendência.

Fonte: Hypeness

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